Wilfred Bion foi um psicanalista britânico e uma figura central no campo da psicanálise de grupo e no estudo da função mental. Influenciado pelas teorias de Melanie Klein, Bion desenvolveu suas próprias ideias sobre como a mente processa e lida com as experiências emocionais e os traumas, especialmente em contextos grupais e em situações de conflito.

Bion introduziu o conceito de função alfa, que se refere à capacidade da mente de processar e simbolizar experiências emocionais. Ele acreditava que a mente precisava de uma função psíquica capaz de transformar a experiência emocional crua e não processada em algo que pudesse ser compreendido e integrado conscientemente. Sem essa função alfa, o indivíduo fica incapaz de lidar com a ansiedade e o sofrimento de maneira saudável, resultando em distúrbios mentais. A função alfa é essencial, pois ela permite que a mente se organize e gere pensamentos significativos a partir das experiências.

Além disso, Bion foi crucial para a teoria da psicanálise de grupos, e ele introduziu o conceito de mentalidade de grupo e como os indivíduos se comportam de maneira diferente dentro de um grupo, frequentemente de maneira primitiva e irracional. Ele estudou os processos psíquicos no interior de grupos e como as emoções compartilhadas podem afetar o comportamento coletivo, criando uma dinâmica que pode ser tanto destrutiva quanto terapêutica. Bion também aplicou essas ideias ao tratamento psicanalítico, enfatizando a importância da relação analítica e da capacidade do terapeuta de compreender os estados mentais do paciente sem pré-julgamentos, permitindo que o paciente externalize e interprete suas emoções de maneira mais eficaz.